sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sobre os direitos autorais

De todos os milhares de versos escritos por Reinaldo Luciano há alguns realmente especiais. Fazem parte do poema "AO SILÊNCIO" e de vez em quando aparece alguém para assiná-los...

Algumas pessoas evitaram um processo judicial. Outras parecem querer tentar a sorte!


http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=197277&tid=5286661844460299894&start=1 : (esse é GE LOUSADA, que postou a primeira estrofe em um monte de comunidade de reacionários...

Leandro no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=48266&tid=3375208&start=1 (esse inseriu um verso torto no final).

Parece pouco? Que tal uma tal de Fernando Kato? Essa morreu ou sumiu, mas a postagem está lá: http://br.geocities.com/sonhosaovento1/aosilencio.htm


Não acabou ainda: http://www.blogger.com/profile/16957770624627213233 (thais... uma jornalista!)


Todos estes infelizes usaram meu poema AO SILÊNCIO, de um modo ou de outro! Começo a pensar que algum valor há nestes versos.
Continuo gritando, sem querer o silêncio culto e tácito... e talvez processe uma meia dúzia de pobres infelizes...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Tecido

No tecido de seda
dá-se por amor...
amor tecido; ceda...
Sem ser amor,
sem ter sido!

Entristecido
eu cedo
e por um triz
não teço
esse fio de dor
de não ser,
não ter fim...
Adormeço...
A dor meço
sem mim!


Reinaldo Luciano © Direitos Autorais reservados

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Manhãs

As manhãs de outono lento e frio,
as luvas de lã mal cerzidas e gastas
são um pouco da infância ainda pura
gravada na pouca memória – imagens
das paisagens tomadas de neblina
e de um eu franzino indo à escola...
Fui menino de outrora – mas nem restam lembranças...
Manhãs assim – a aragem de montanha
encobre os rastros do passado esmaecido
e ganha a vida um contorno mais nobre
desse outono de mim – outra noite vencida
induzido a ter sono e a perder mais história
enquanto lá fora há crianças passando...
São meninos de agora – alegres crianças!
As manhãs vazias – e o vazio dos sonhos
são os mesmos de outrora, mas de tais fragmentos
eu me tento inteirar, ajuntando os pedaços
do passado remoto e os pedaços do agora...
Mas, as luvas de lã tão pequenas, perdidas
não aquecem e não cabem – saudades apenas
das mãos pequenas em que coubera a esperança!

Reinaldo Luciano © Direitos Autorais reservados

Inventando



(um jeito de brincar com as dores de Pessoa)

O poeta é um inventor.
Inventa um sentir tão triste
e insere em lugar do amor
a dor que nem mesmo existe.

Ah! Poeta, por favor,
olha em volta – por que insistes
em espinho e não em flor?
É da dor que subsistes?

Desses males quais inventas
e quais deles são reais
dentre os sonhos que acalentas?

Não te bastam os teus ais?
Acalma a mente sedenta
e inventa um “não quero mais”.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

No ano de 2000 uma poesia minha veio parar na internet...
Em 2008 ela foi parar na TV...
Em 2009 ela chegou ao Youtube...

E hoje a descubro "assinada" por uma "jornalista"!
Não sei se devo rir ou chorar, já que eu mesmo sempre digo que meus versos não me pertencem mais... Ainda assim, para que não me esqueça da razão para tê-la escrito, aqui a posto mais uma vez!






Ao silêncio

Não quero o silêncio culto e tácito
das bocas caladas pelo medo;
não quero ouvir os que choram
e os que lamentam em segredo...


Não quero minha voz embargada
pela pressão silenciosa
da solidão que não diz nada
e da razão que se faz muda...
Eu quero o mundo em polvorosa!
Quero a canção, quero o sorriso...
Quero gritar, se for preciso...


Não quero o silêncio assim imposto
como um tapa que arde no meu rosto!
Eu quero o silêncio sim, mas quero ainda
poder falar tudo o que sinta;
poder sentir tudo o que fale...
Eu quero decidir quando me cale!


Não quero a minha voz presa no peito
enquanto o mundo grita ao meu redor!
Eu quero decidir; é meu direito
e não lutar por ele é omissão!
Silêncio! Não consigo ouvir direito!
Há um barulho estranho no meu peito
e não parece ser meu coração!

Reinaldo Luciano

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ofídica

[Para Lena Serena]

Teu olhar mistério brilha e paralisa
quando tu me fitas em silêncio tácito
e a beleza nua de tua pele lisa
move-se precisa – tudo teu é plácido...

Sinto que te aprontas e prossigo tépido;
tento e não consigo um passo em retrocesso
e teu movimento agora intenso e lépido
diz-me que não tardas, mas nada te peço ...

Sei-me tua presa – decisão fatídica:
Deixo a vida ilesa sem ceder à dor
ou a sacrifico à mulher ofídica
pondo em minhas veias o veneno amor?

É da natureza o teu instinto ávido
e se devorar-me vai calar-te a fome
dá-me pelo menos um morrer impávido
e eu possa sentir-te enquanto me consomes!


Reinaldo Luciano © Direitos Autorais reservados
Poeteiro