quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ofídica

[Para Lena Serena]

Teu olhar mistério brilha e paralisa
quando tu me fitas em silêncio tácito
e a beleza nua de tua pele lisa
move-se precisa – tudo teu é plácido...

Sinto que te aprontas e prossigo tépido;
tento e não consigo um passo em retrocesso
e teu movimento agora intenso e lépido
diz-me que não tardas, mas nada te peço ...

Sei-me tua presa – decisão fatídica:
Deixo a vida ilesa sem ceder à dor
ou a sacrifico à mulher ofídica
pondo em minhas veias o veneno amor?

É da natureza o teu instinto ávido
e se devorar-me vai calar-te a fome
dá-me pelo menos um morrer impávido
e eu possa sentir-te enquanto me consomes!


Reinaldo Luciano © Direitos Autorais reservados
Poeteiro