terça-feira, 1 de novembro de 2011

Dia de Finados e outros poemas moribundos (I)

Dia de Finados e outros poemas moribundos (I)


Não irei chorar teu corpo morto
e não te darei flores, reza ou vela...
E a tristeza não trará de volta ao porto
aquele que partiu... ou mesmo aquela!
Não hei de te chorar porque é novembro
porque te amei por mais que um dia
e é da tua alma viva que eu lembro!




Reinaldo Luciano © Direitos Autorais Reservados

Finados

Manhã de Finados...
Afinados com a dor da ausência
os humanos sobem aos cemitérios
e sapateiam sobre túmulos abandonados;
justificam-se e  desculpam-se
por ainda estarem vivos...

Finados...
corpos sepultos,
confinados...
De certo modo a morte é definida
assim desta forma:
Do pó ao pó...
Que gruda insistente nos sapatos
como se tentasse voltar à casa...

Finados...
Lamentos desafinados...
Arranjos de flores refinados...
Um revolver de terra
como se fosse revolvida dentro em si
a própria saudade!


Reinaldo Luciano © Direitos Autorais Reservados


Conversa morta
Pareço alguém que não se importa
em conversar com gente morta,
mas não há como fugir à realidade!
Saudade sim, mas só saudade!
Não há dor em falar seus nomes
nem em relembrar quanto vivemos...
Amigos que me foram retirados aos poucos
que eu até fingi não ter sentido...
Fingi que a morte não tinha sentido...
Que a vida não tinha sentido...
Que não tenho sentido nada;
Que nada tem sentido...

Reinaldo Luciano © Direitos Autorais Reservados

Nenhum comentário:

Postar um comentário