No universo nordestino
todo filho é Severino,
quando no muito é Raimundo,
quando no muito é José...
A tez curtida é destino
e o bruto que foi menino
escava o solo infecundo
plantando um pouco de fé.
A seca do sol a pino
nega o fruto ao Severino,
nega os sonhos a Raimundo
e nega a vida a José....
Mas, nordestino da peste
não sente medo do agreste;
cava o solo bem mais fundo,
cava a cova de José.
Não sente dor, não tem mágoa.
Lá de dentro um fio d’água
vai brotando, pequenino...
O velho tira o chapéu
e olha ao céu, cheio de fé.
Põe no “couro” a água barrenta
e esparge como água benta
sobre o corpo de José!
Reinaldo Luciano © Direitos Autorais reservados
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Coisa triste de se ver é a estupidez dos analfabetos políticos! As mensagens preconceituosas contra o Nordeste (que só fez ampliar a vitória de Dilma Rousseff, a primeira presidente) merecem esta velha poesia como resposta:
José Serra está politicamente morto e enterrado! Com ele o falso moralismo, o preconceito, o ódio e a política rasteira de quem jamais olhou para este povo sofrido do Nordeste do meu Brasil brasileiro!
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